Patrimônio Histórico


Patrimônio Histórico e Cultural


Patrimônio significa a riqueza comum que herdamos como cidadãos e que vai sendo transmitida de geração em geração. Corresponde à identidade do nosso povo.

O Patrimônio Histórico e Artístico Municipal é constituído pelo conjunto dos bens materiais (móveis e imóveis) e imateriais (saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas) existentes no Município de Campos do Jordão, cuja conservação é de interesse público, seja por sua vinculação a fatos memoráveis da história do município, quer por seu valor histórico, cultural, artístico, ambiental e arquitetônico.

Uma das maneiras de preservação e valorização do patrimônio é através do tombamento, que é o instrumento legal que reconhece e protege o legado histórico e artístico do município de Campos do Jordão.

A expressão tombamento advém da “Torre do Tombo”, o arquivo público português onde eram guardados e conservados documentos importantes daquele país, registrados no Livro do Tombo.

O tombamento assegura a preservação do bem, ficando vedada qualquer intervenção que possa vir a descaracterizar o imóvel, sujeitando qualquer intervenção à prévia autorização do Instituto de Patrimônio Histórico, além de poder ser punido seu descumprimento com as sanções penais previstas no Artigo nº 63 da Lei federal nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998.

Todos os cidadãos são responsáveis pelo patrimônio histórico, cultural e ambiental da nossa sociedade, devendo, pois, zelar para que ele seja preservado e valorizado.

 

Maurício de Souza Lino

Historiador, Professor, Escritor


Bens tombados:

Escola Dr. Domingos Jaguaribe


Prédio Histórico Público

Patrimônio Histórico Arquitetônico

Tombamento Municipal em 17/03/2000

Localizada na Vila Jaguaribe, foi construída no início do Século XX, sob o comando de Floriano Rodrigues Pinheiro, e financiado por José Ferreira da Rocha, em terreno doado por Madame Bertha Basin. A 23 de fevereiro de 1932 passou a funcionar como Grupo Escolar de 4ª categoria, inaugurado em julho de 1936 pelo Presidente do Estado, Armando de Salles Oliveira.

Foi seu diretor em 1935-1936, o profº José Garcia Simões da Rocha e seus professores foram Jorge Carlquist, Hilda Mendes Castilho, e Hercília Escobar.

Em 1939 o Grupo Escolar era dirigido pela profª Isola Orsi e contava com os professores Altair Prado de Oliveira, Ophélia Silva Carvalho, Guiomar Granato, Margarida Homem de Mello, Ruth Arnaud Caetano Aparecida Godoy Oliveira, Hilda Rezende de Azevedo e Jorge Carlquist.

A introdução de Patrocínio se deu em 1947, como Grupo Escolar “Dr. Domingos Jaguaribe”.

Em 22 de janeiro de 1976 transformou-se em Escola Estadual de 1º Grau “Dr. Domingos Jaguaribe”.
Sua municipalização foi decretada em 02 de setembro de 1997, como EMEF - Escola Municipal de Ensino Fundamental   “Dr. Domingos Jaguaribe”.
 

Casa de Cultura

Prof. Antonio Fernando Costella

Edificação de Arquitetura Histórica

Patrimônio Histórico Cultural e Arquitetônico

Tombamento Municipal em 20/04/2012

Uma das mais antigas construções de Campos do Jordão, localizada em Vila Abernéssia, foi construída na década de 1920 como residência. Arquitetura tradicional das casas de fazenda da época, conservando seu estilo original.  Foi propriedade do dr. Diogo Lara Cruz e era usada como pensão mista para doentes de tuberculose.

Mais tarde, passou à Rede Internacional de Albergues da Juventude, onde ficou conhecida por todos como “Casa da Juventude”.

Em 1992 passa a ser patrimônio da Prefeitura Municipal da Estância de Campos do Jordão, abrigando o Museu da Imagem e do Som. Hoje é sede da Secretaria Municipal de Cultura.

 

Igreja Metodista

Edificação de Arquitetura Histórica

Patrimônio Histórico Cultural e Arquitetônico

Tombamento Municipal em 30/09/2012

Foi o tratamento da tuberculose que reuniu um grupo de pessoas interessadas no trabalho evangélico em Campos do Jordão. Em nome da Associação da Igreja Metodista, Natalino Randoli adquiria em 1939 um terreno para a construção da Igreja. O templo foi erguido em 1944 pelo construtor Floriano Rodrigues Pinheiro, na Rua Francisco de Castro em Vila Abernéssia. O primeiro templo foi erguido em 1944, existente até hoje.

O salão para a Escola Dominical foi edificado em 1950 e o atual templo em 1976, ao lado do antigo.
Em sua história, iniciada em uma reunião numa simples casa de família em 1942, coroando um trabalho de ação missionária, a igreja tem transformado centenas de vidas e cumprido sua missão de levar o evangelho de vida e paz a todas as pessoas. É um trabalho pioneiro no município e na região, pregando o Evangelho de Jesus Cristo, com base na Bíblia Sagrada. A igreja é a primeira do segmento evangélico, mais antiga do município, e a primeira a ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico.


Edifício Dr. Silvestre Ribeiro

Fachada de Arquitetura Histórica

Patrimônio Histórico Arquitetônico

Tombamento Municipal em 03/08/2013

Fachada do prédio que, no passado foi utilizado como Dispensário “Dr. Emílio Ribas”, passando, a partir da década de 1960, a ser utilizado pela sede do Centro de Saúde “Dr. Silvestre Ribeiro”.

O terreno onde foi construído o Dispensário foi doado pelo benemérito Embaixador Dr. José Carlos de Macedo Soares.

O prédio foi construído pelo construtor Floriano Rodrigues Pinheiro, e concluído no ano de 1931, durante a administração do prefeito municipal Dr. Antonio Gavião Gonzaga. Com várias modificações já efetuadas em sua fachada, ainda mantém boa parte de suas características originais, podendo facilmente ser localizado em Vila Abernéssia.

O “Edifício Dr. Silvestre Ribeiro”, localizado na Av. Dr. Januário Miráglia, 806, em Vila Abernéssia, com estilo Neoclássico em sua fachada, simboliza a luta e a esperança de muitos que subiram a Serra da Mantiqueira, em busca da cura das doenças das vias respiratórias, especialmente, da tuberculose.

Espaço Cultural Dr. Além

Edificação de Arquitetura Histórica

Patrimônio Histórico Cultural

Tombamento Municipal em 07/11/2013

O Espaço Cultural Dr. Além foi construído na década de 1940 com o objetivo de oferecer um espaço para os amantes da sétima arte. Ali, até a década de 1960, funcionou o Cine Glória, o cinema oficial da cidade.

Em 28 de agosto de 1942, iniciaram-se as obras da construção do “Campos do Jordão Cine Ltda.”, administradas pela Sociedade Construtora de Campos do Jordão.

A empresa, para a construção do prédio do novo cinema, valeu-se de empréstimos do Banco de Itajubá e do Dr. Lincoln Ferreira Faria. Trabalhou como empreiteiro de obras no novo cinema, Francisco Bento Filho.

O novo cinema de Campos do Jordão foi posteriormente, inaugurado com o nome de “Cine Glória”.

Concluído o prédio, Joaquim Correa Cintra continuou a desempenhar as funções de gerente. Na sua tela exibiram-se os grandes filmes realizados naquele período e muitos romances começaram e se perpetuaram por conta do clima que nele o cinema produziu.

Hoje o espaço é dedicado a apresentações culturais, palestras e encontros. O cinemascope do Cine Glória foi inaugurado em agosto de 1955, com o filme “O Príncipe Valente”

Mais tarde, o acervo da empresa “Campos do Jordão Cine Ltda.” foi transferido à Cia. de Cinemas do Vale do Paraíba que manteve o Cine Glória aberto até agosto de 1981.

O edifício do Cine Glória foi desapropriado em 1984 e transformado em 1985 no Espaço Cultural “Dr. Além”.

Em 26 de março de 2011 foi inaugurado o Cineclube Araucária. O acervo, disponível, são filmes de todos os gêneros e épocas, para todos os perfis de cinéfilos. Foi inaugurada dia 16 de abril de 2015, a Biblioteca de Cinema de Campos do Jordão e o Memorial Cine Glória, ambos no Espaço Cultural Dr. Além que também recebeu uma nova tela de projeção. 

A iniciativa foi do Cineclube Araucária, entidade que trabalha para manter viva a cultura do cinema em Campos do Jordão, em parceria com a Prefeitura Municipal de Campos do Jordão através da Secretaria de Cultura com apoio da AME Campos.


Parada Damas


Edificação de Arquitetura Histórica

Patrimônio Histórico, Cultural e Arquitetônico

Tombamento Municipal em 18/07/2014

A Parada Damas é uma pequena e charmosa obra de arte arquitetônica, e foi assim denominada em homenagem à família Damas que residiu próximo ao local, e, que muito contribuiu para o desenvolvimento de Campos do Jordão.

Ela é a penúltima parada no sentido da Estação Emílio Ribas, situada na Vila Capivari, e foi construída no ano de 1939, no quilômetro 45,8 da ferrovia, local situado a 1.578 metros de altitude.

O tombamento da Parada Damas marca uma parceria da família com a cidade, iniciada em 18 de julho de 1912, quando a Companhia Paulista celebrou contrato com Sebastião de Oliveira Damas, para a construção da Estrada de Ferro, iniciando a partir desta data um forte vínculo de toda a família Damas com Campos do Jordão.

A arquitetura da Parada Damas, com apenas dois pilares fundidos em puro concreto, simbolicamente, de forma estilizada, lembra o formato dos pinheiros de Campos do Jordão.
Essa pequenina Parada ferroviária nos remete ao tempo em que a cidade dependia do bonde para abastecer os mercados em plena expansão e que todos os dias recebiam grupos de doentes que aqui vinham com a esperança da cura da tuberculose, para o embarque e desembarque de passageiros que vinham de todas as regiões.


Igreja de São Benedito



Em Processo de Tombamento

O lançamento da pedra fundamental da nova Igreja de Emílio Ribas se deu em 1929 e era denominada Igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus.

O projeto dessa Igreja é da autoria dos arquitetos Américo Salfati e Mário Buchighani.

Foi demolida no início da década de 1940, e no mesmo local, foi construída a atual Igreja de São Benedito, nome dado pelo Embaixador José Carlos de Macedo Soares.

A pedra fundamental da nova Igreja de São Benedito foi lançada em 20 de fevereiro de 1944 e sua primeira missa foi celebrada em 13 de maio de 1946. Em sua inauguração, estiveram presentes o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta e o Interventor Federal em São Paulo, dr. José Carlos Macedo Soares. O primeiro padre foi Francisco Passos. 
De estilo úmbrio e sóbrio, a Igreja de São Benedito incorporou-se à paisagem de Vila Capivari.


Festival da Viola



Festival de Música Raiz

Patrimônio Imaterial de Musicalidade

Tombamento imaterial em 01/12/2011

Idealizado, criado e organizado no ano de 1979, por iniciativa do Sr. José Corrêa Cintra, “seu Zezinho Cintra”, grande incentivador do desenvolvimento cultural de nossa cidade, com o objetivo de valorizar a cultura regional, e a música popular sertaneja.

O Festival visa incentivar e prestigiar o remanescente de artistas natos e idealistas que lutam pela preservação da autêntica música brasileira.

É a autêntica música sertaneja busca valorizar e preservar as raízes culturais da montanha.

Com o objetivo de descobrir novos valores e também de preservar a autêntica música sertaneja, o tradicional evento é realizado pela Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Cultura.

O festival conta com a valorosa participação de várias cidades convidadas, da Serra da Mantiqueira, do Vale do Paraíba e do Sul de Minas Gerais. Acontece no espaço Cultural “Dr. Além”.

A partir da 23ª edição, ano de 2006, homenageando seu criador, passou a se chamar: Festival da Viola - “José Corrêa Cintra”. 
O Festival da Viola de Campos do Jordão foi idealizado, criado e organizado no ano de 1979, pelo prefeito Municipal Engenheiro Fausi Paulo, e por iniciativa do Sr. José Corrêa Cintra, o conhecido “Zezinho Cintra”, grande incentivador do desenvolvimento cultural de nossa cidade, com o objetivo de valorizar a cultura regional. O Festival visa incentivar e prestigiar o remanescente de artistas natos e idealistas que lutam pela preservação da autêntica música brasileira. Esse festival conta, sempre, com a valorosa participação de várias cidades convidadas, da Serra da Mantiqueira, do Vale do Paraíba e do Sul de Minas Gerais. A partir da 23ª edição desse Festival, no ano de 2006, merecidamente, homenageando seu criador, passou a se chamar Festival da Viola - “José Corrêa Cintra”.

O 1º Festival da Viola de Campos do Jordão aconteceu nos dias 14 e15 de novembro de 1979, e teve como membros aprovados pelo Conselho Municipal de Cultura os senhores:

José Corrêa Cintra; Wilson Ferreira; Paulo Antenor de Souza; Paulo Roberto; de Carvalho; Benedito Mello; Américo Arlindo (Patativa).

Além das atrações musicais o Festival da Viola contava ainda com a eleição da Rainha e Princesa da Festa e premiação para o mais idoso e mais jovem participante e ainda o melhor figurino, fazendo deste evento o sucesso que premiou seus idealizadores e que ficará para sempre gravado na história da cultura popular de Campos do Jordão.

O 1º Festival foi um grande sucesso, com merecido destaque nos jornais e rádios de diversas cidades. Mais de três mil pessoas lotaram o salão da SEA, estando presentes o prefeito e o vice-prefeito de Campos do Jordão Fausi Paulo e Jair Rocha Pinheiro, bem como o presidente da Câmara jordanense, Lívio Custódio, representante do prefeito de Monteiro Lobato; prefeito de Brasópolis, duplas e trios de toda região.

Ao final, após todas elas se apresentarem e serem julgadas por uma comissão formada por radialistas do Vale, foi a seguinte a classificação:

1º lugar - Ferreira e Ferreirinha de Itajubá;

2º lugar – Paraguatí e Peri de Pindamonhangaba;

3º lugar – Campo Belo e Parati de Paraisópolis;

4º lugar – Trio Platino de Taubaté;

5º lugar – Os Caiapós de Pindamonhangaba;

6º - Elias e Moysés de Brasópolis;

7º - Vado e Vanil de Taubaté; Ferreira e Ferreirinha.

8º - Leno e Lino de Taubaté;

9º lugar – Paraíba e Siqueira de Campos do Jordão e

10º lugar – Wanderley e Zacarias de Campos do Jordão.

A princípio a premiação seria de Cr$ 5.000,00 para o primeiro lugar e Cr$ 3.000,00 para o segundo lugar, mas a empolgação do Prefeito Municipal foi tamanha que o mesmo decidiu na entrega da premiação aumentar o prêmio que ficou em Cr$ 8.000,00 para o primeiro lugar e Cr$ 5.000,00 para o segundo colocado, mostrando assim o sucesso do evento que atravessaria décadas tornando-se até mesmo uma Lei Municipal.

O Festival foi um grande acontecimento em nossa cidade, e nos faz refletir a respeito das condições que se tinha em 1979, e as condições que temos hoje em 2017, para comemorar os 38 anos do Festival da Viola de Campos do Jordão, que conta com muitas facilidades tecnológicas que na primeira edição não existiam, talvez seja o momento de utilizarmos estes recursos e voltar a fazer deste evento uma referência na região, levando ao conhecimento dos jordanenses a história e principalmente a participação da população no Festival. Para tanto faz-se necessário o conhecimento de todos desta cultura, nas escolas, nos comércios, nos hotéis, as imprensas, etc.

Resgatar uma cultura uma regional e torna-la próxima dos cidadãos é educar, transmitir conhecimento e elevar o espírito de cidadania de todos que dela usufruírem.

Fonte:

Arquivo Histórico do IPHAC

Festa do Pinhão


Tombamento Imaterial da Festa do Pinhão
Em 18 de abril de 2018

Em janeiro de 1969, o vereador Fausto Bueno de Arruda Camargo apresentou propositura, aprovada em 27 de janeiro de 1969 pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito José Antonio Padovan através da lei 786 de 08 de fevereiro de 1969, oficializando a Festa do Pinhão em Campos do Jordão. 

Aos 28 de maio de 1980, o Governo do Estado, pela Resolução nº 12 da Secretaria de Turismo oficializou o evento, através de seu Secretário Estadual do Turismo, Otávio Celso da Silveira, incluindo-o no calendário turístico do Estado.

Foi incluída no Calendário de Feiras, Exposições Agropecuárias e Produtos Derivados para o ano de 1971, o que, na prática, a festa integra o portfólio do Estado e ganha maior visibilidade fora de SP.

A lei Municipal 1264/81 declarou o pinheiro a árvore símbolo do município, e a Lei 1275/81, declarou a semente do pinheiro, o pinhão, o símbolo da cidade.

Esta Festa foi idealizada pelo Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo e iniciada no ano de 1961, na gestão do Dr. José Ariosto Barbosa de Souza, quando Presidente do Lions Clube de Campos do Jordão.

A Festa do Pinhão, durante quase toda sua existência, desde o ano de 1961 até o ano de 2004, foi organizada e incentivada pelo Lions Clube de Campos do Jordão; a partir de então, passou a ser organizada pela Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura.

A Festa do Pinhão foi considerada entre as décadas de 1960 e 1970, a mais tradicional festa da cidade, reunindo milhares de turistas e jordanenses onde todos os anos apreciavam exposições agropecuárias, show, bailes de gala e desfiles. Acontecia sempre no mês de abril, data em que se comemora, no dia 29, o aniversário da cidade.

A primeira festa foi realizada no saguão da Diretoria de Turismo, na antiga pérgula (TELESP), com artesanatos locais e stand do Horto Florestal alusivo à conservação de nossas matas naturais, e técnicas de reflorestamento e plantio de Pinus Eliots. A primeira Rainha da Festa do Pinhão, coroada com uma coroa de pinhões, foi Idilla Helena da Penha Medeiros, em 1961.

O evento que visa contemplar a semente da árvore símbolo de Campos do Jordão, reúne uma programação que traz concurso para a escolha da Rainha e Princesas do evento, apresentações musicais, dança, além de palestras informativas e educativas sobre o aspecto botânico, de reprodução, ocorrência natural do pinhão, a preservação do meio ambiente e sustentabilidade agrícola.

Nos anos seguintes à festa, houve demonstrações de Judô, exibição de cães amestrados da Polícia Militar, ciclo de conferências sobre reflorestamento e preservação do Meio Ambiente, desfile de carros alegóricos e baile da coroação da Rainha da festa.

A Festa do Pinhão tinha três finalidades principais:

1º A preservação do Meio Ambiente e a conscientização da necessidade da proteção ecológica, com campanha de conservação das matas, simbolizada pela árvore mais importante da Mantiqueira, o pinheiro “Araucária Brasiliensis”;

2º Arrecadar fundos para as Caixas Escolares do Município;

3º Atrair e proporcionar aos turistas uma opção a mais para o seu lazer.

Em janeiro de 1969, o vereador Fausto Bueno de Arruda Camargo apresentou propositura, aprovada em 27 de janeiro de 1969 pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito José Antonio Padovan através da lei 786 de 08 de fevereiro de 1969, oficializando a Festa do Pinhão em Campos do Jordão. Aos 28 de maio de 1980, o Governo do Estado, pela Resolução nº 12 da Secretaria de Turismo oficializou o evento, através de seu Secretário Estadual do Turismo, Otávio Celso da Silveira, incluindo-o no calendário turístico do Estado.

Foi incluída no Calendário de Feiras, Exposições Agropecuárias e Produtos Derivados para o ano de 1971, o que, na prática, a festa integra o portfólio do Estado e ganha maior visibilidade fora de SP.

A lei Municipal 1264/81 declarou o pinheiro a árvore símbolo do município, e a Lei 1275/81, declarou a semente do pinheiro, o pinhão, o símbolo da cidade.

A Festa do Pinhão celebra a época de colheita desta valorizada semente, que cai durante o outono e anuncia o período de frio, e a chegada do inverno que vem seguida. A festa também completa a culinária local com receitas criativas e exóticas com o pinhão como base de pratos, aproveitando todos os segredos e teor natural da semente. As barracas gastronômicas são chefiadas pelas organizações sociais e entidades filantrópicas.

A mais antiga festa popular de Campos do Jordão, a Festa do Pinhão, vai além da gastronomia contando com várias atrações culturais como: teatro, ballet e música clássica e também com escolha da rainha da festa e dos melhores pratos típicos feitos com pinhão.

Durante as comemorações da Festa do Pinhão de 1962, uma surpresa para todos os jordanenses: ss 41 jogadores convocados para os treinos que iriam definir a equipe titular da Seleção Brasileira de Futebol, que iria participar da Copa Mundial de 1962, em Viña Del Mar, no Chile, em disputa da “Taça Jules Rimet”, primeiramente, ficaram sediados em Campos do Jordão, a convite do prefeito, Dr. José Antonio Padovan, onde ficaram hospedados nas dependências do Hotel Vila Inglesa.

Fontes:

LINO, Maurício de Souza. Da Freguezia do Imbery aos Campos do Jordão. Campos do Jordão: Clube de Autores, 2017. 414 p.


Festa da Cerejeira em Flor


Tombamento Imaterial da Festa da Cerejeira em Flor
Em 18 de abril de 2018

Em 30 de setembro de 1968 a Câmara Municipal aprovou projeto de Lei do vereador Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo, que criava a Festa das Cerejeiras em Flor, e foi sancionado em 05 de outubro de 1968 pelo vice-prefeito Arakaki Masakazu, no exercício do cargo de Prefeito Municipal.

Em setembro de 1969 acontecia a 1ª Festa das Cerejeiras em Flor, no Bosque Utiyama (Chácara Cogumelândia), e as danças folclóricas e o “bom odori” completavam o quadro deslumbrante das árvores de galhos coloridos. 

Por ser a primeira Festa das Cerejeiras em Flor, pode-se afirmar que ela foi um grande êxito. Na chácara do sr. Mário Utiyama, viveram-se horas de evocação e beleza no cenário maravilhoso das cerejeiras em flor. Pequeno no início, o número de visitantes cresceu de ano para ano, e em meados dos anos 60, estimava-se em alguns milhares.

A partir de 1976, a festa passou a ser realizada no bosque São Francisco Xavier, num local conhecido como Parque das Cerejeiras, onde a maior quantidade de árvores proporcionava florada mais abundante, principalmente a variedade Yoko, plantadas por Hirofumi Haruna.

Sakura é uma flor de cerejeira de origem asiática, a flor nacional do Japão, onde estão documentadas mais de 300 variedades de cerejeiras. O início da sua floração marca o fim do inverno e a chegada da primavera. A cerejeira é natural do nordeste asiático e surge no seu estado selvagem em locais tão díspares como a Rússia e a Suécia, passando pelo Irã e Itália, disseminada pelas aves nas suas cíclicas migrações. 

Muito cultivada nos Estados Unidos da América, é uma árvore sagrada para os japoneses, que apreciam principalmente pela beleza de suas flores, usadas na ornamentação. É o povo japonês que dedica um verdadeiro culto à cerejeira, principalmente à sua flor, ali chamada sakura, e que chegou, pese a sua graciosidade e fragilidade, a ser o símbolo dos samurais. Se foi no século VIII, que um dos micados da época ordenou o seu cultivo em jardins e pomares, ainda hoje, muitos nipônicos todos os anos percorrem o país para acompanharem o efêmero e belíssimo espetáculo do florir das cerejeiras.

No Japão, a florada das cerejeiras dura normalmente 3 semanas e nesse período é celebrado o Festival da Flor de Cerejeira (chamado Sakura Matsuri). Chega a ser comovente a mobilização do país, de norte a sul. Para eles as cerejeiras são como um renascimento, depois delas o clima no país fica mais quente, o humor das pessoas melhora e recupera-se o fôlego para encarar o ano.

Quando chega essa época do ano, as pessoas começam a reparar se as flores estão começando a aparecer e o Sakura torna-se o assunto principal em todos os lugares, nas escolas, escritórios, fábricas, comércio. Para os japoneses, Sakura, a flor da cerejeira, é um símbolo de como a vida é frágil, efêmera, passageira. Essas flores desabrocham no início da primavera e são como a vida, belas, abundantes, generosas. E duram pouco. Daqui a uma semana todas terão caído, mas elas voltam, na próxima primavera. A festa celebra a primavera, a felicidade. É uma cerimônia muito grande.

A Festa das Cerejeiras em Flor é, em essência, um hanami: um costume tradicional japonês de contemplação da beleza das flores, sendo o sakura (a cerejeira), uma das mais admiradas. Ao mesmo tempo em que se homenageia essa flor que dura apenas 3 dias e, que reúne lendas e misticismo como a lenda da princesa Kono-hanasakuya-hime que caiu do céu sob uma cerejeira, no Monte Fuji.

Hanami, literalmente, significa ‘observar as flores’. E realmente os japoneses têm uma forte ligação com as cerejeiras e se emocionam de verdade nessa época do ano. Tanto que os estrangeiros não conseguem ficar indiferentes.

A floração acontece conforme a temperatura aumenta. Florescem primeiro no Sul, em Okinawa, e vão subindo até o Norte, em Hokkaido, formando um efeito de onda chamado de Sakura Senzen.

Lendas e costumes

A flor de cerejeira é considerada um dos símbolos do Japão, inclusive está no hino nacional. A lenda diz que a princesa Konohana Sakuya Hime teria caído do céu, perto do Monte Fuji. Na queda ela se transformou em flor e se espalhou pelo país. Além da lenda, a flor de cerejeira é cheia de simbolismos. Dizem que por serem belíssimas e por durarem apenas 3 ou 4 semanas, as flores representam a natureza transitória da vida. Um costume que os japoneses dizem trazer boa sorte para o ano todo é fazer piquenique embaixo de uma cerejeira durante a floração, por isso os parques ficam lotados. E não é só o tradicional piquenique com cestinha de madeira e toalhas quadriculadas no gramado. Muitos levam barracas, mesas e cadeiras, churrasqueiras, caixas térmicas e fazem um banquete enorme.
Festival da Flor de Cerejeira de Okazaki

As cerejeiras em Okazaki, na província de Aichi, é um festival que reúne milhares de pessoas vestidas com Yukatas e Kimonos. Acontece na beira do Rio Otogawa e no Castelo de Okazaki, onde aproximadamente 1700 cerejeiras deixam o ambiente ainda mais inesquecível! O ponto alto é a impressionante apresentação de Taiko, os tradicionais tambores japoneses. O efeito sonoro é demais! O coração parece bater no ritmo deles! Em Okazaki é muito bonito, mas o principal local no Japão é o Monte Yoshino, na província de Nara, onde existem 30 mil cerejeiras.

Outros países.

Nos Estados Unidos, em Washington, acontece o Cherry Blossom Festival, que conta com mais de 3 mil cerejeiras presenteadas pelo prefeito de Tokyo em 1912 para celebrar a amizade Japão-EUA.

Em Vancouver, Canadá, são 37 mil cerejeiras espalhadas pela cidade e também há um festival das cerejeiras.

Na Coréia do Sul, na cidade de Seoul, o festival acontece no parque Yoouido, onde as mais de 1400 cerejeiras formam um túnel, do branco e rosa claro.

No Brasil

A Festa das Cerejeiras em Flor é uma forma de unir e transmitir a cultura japonesa, tão milenar, e que chegou ao Brasil no início do século XX. No outono, no hemisfério norte é primavera e a tão esperada florada das cerejeiras, acontece. No Japão, a população espera o ano todo para poder aproveitar esse período. Por estarmos no hemisfério Sul, a floração acontece normalmente entre julho e setembro, dependendo da cidade.

As primeiras cerejeiras foram plantadas em 1930, trazidas pelos imigrantes japoneses. Como a árvore não se adapta ao calor, só se encontra em cidades frias e com colônia nipônica.

No Brasil, também existe a Festa das Cerejeiras em Flor, que representa um momento em que as tradições e costumes dos imigrantes são lembrados; por isso sempre há dança, música e gastronomia típicas japonesas.

Quinze cidades brasileiras realizam festas anualmente: Apucarana, Curitiba, Castro, Gurapuava (PR), Frei Rogério (SC), Nova Friburgo (RJ), e no Estado de São Paulo, Campos do Jordão, Itapevi, Itapecerica da Serra, Garça, Piedade, Suzano, São Roque, São Bernardo do Campo e na capital. Na cidade de São Paulo, a Festa das Cerejeiras acontece no Parque do Carmo, Itaquera, zona leste.

Em Campos do Jordão

Em setembro de 1936, a colônia japonesa construiu o Sanatório Dojinkai, depois denominado São Francisco Xavier, em terreno doado pelo Embaixador José Carlos de Macedo Soares. Atualmente, o hospital foi transformado no Recanto de Repouso Sakura Home, estabelecimento beneficente, especializado no atendimento de pessoas de terceira idade, sob o comando da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo.

Em Campos do Jordão, as primeiras 32 mudas vieram do consulado do Japão, em 1936, e foram plantadas nesse Sanatório, quando da sua inauguração. Posteriormente, foram levadas para a Chácara Cogumelândia e cultivadas por Mário Akiharu Utiyama, proprietário da antiga Flora Campos do Jordão, lugar que se adaptaram facilmente ao clima da Mantiqueira, sendo Campos do Jordão a única região no Brasil, onde floresceram efetivamente. O clima frio e o cuidado contínuo na adubação da terra e trato da planta permitiram sua perfeita adaptação, o que na década de 90, levou o governo japonês a doar, através de sua embaixada no Brasil, 10 mil mudas para a região. A Chácara foi denominada “Cogumelândia”, do Sr. Mário Utiyama, que também foi grande especialista do cultivo de cogumelos do tipo “champignons”, e que assim a batizou devido à sua famosa cultura de cogumelos que exportava para os melhores restaurantes de S. Paulo. Foi ele quem iniciou o cultivo das cerejeiras em flor na cidade, e durante muito tempo plantou, produziu e cultivou as mudas.

A sua chácara foi a primeira a formar um bosque de cerejeiras em flor com grande quantidade de árvores ornamentais. O floricultor, dedicou-se à multiplicação de outras variedades, como Benifuken, Yoshiro, e Oshima, mediante enxerto em espécies diferentes produziu variedades híbridas. Entre mais de 100 variedades de cerejeiras, teve, em sua chácara, variedades, em tons que iam do branco ao rosa. Sr. Mário resolveu plantar algumas mudas em sua chácara. Das duas qualidades: a cerejeira de jardim, de flores cor de rosa, e a cerejeira silvestre, branca. O terceiro tipo, que é a cerejeira que dá frutos, não se aclimatou no Brasil, mas os dois se aclimataram perfeitamente. Ali floresceram algumas das primeiras cerejeiras e dali saíram as mudas que produziram centenas de árvores que enfeitaram muitos pomares e jardins da estância. Passando a produzir e a vender mudas, o sr. Utiyama plantou cerejeiras em outra propriedade rural sua, também em Vila Jaguaribe e vendeu para mais meia dúzia de chácaras e sítios, quase todos no Vale Encantado. Assim, as cerejeiras passaram a tomar conta de Campos do Jordão.

Estas árvores, por serem de origem oriental, também sofreram com a eclosão da II Grande Guerra Mundial, e ocorreram várias restrições aos japoneses: o então interventor em Campos do Jordão, Nelson Borges, determinou (estupidamente) seu corte, por simbolizarem o Japão, aliado às forças do Eixo. Brasil e Japão estiveram em lados opostos do conflito, ocasião em que o sanatório Dojinkai esteve sob intervenção.

Quando há mais de 20 anos, o sr. Mário Utiyama plantou naquele pedacinho de terra em Vila Jaguaribe as mudas pioneiras que para esta cidade foram trazidas, na mesma ocasião que para o sanatório “Dojinkai”, estava abrindo o caminho para o desenvolvimento do plantio da cerejeira ornamental do Japão, em nossa estância.

Uma romaria a Campos do Jordão, para venerar as cerejeiras em flor, tinha-se repetido e se acentuado de ano para ano. Em 1967 foi calculado em 3.000 o nº de membros da colônia nipônica que subiram a serra na segunda quinzena de setembro. Aquele ano houve um atraso na florada da cerejeira, devido ao frio intenso, e só naqueles dias as flores começaram a receber a sua visita. Era gente que vinha de Registro, de Presidente prudente, da capital paulista, do norte do Paraná, de Tupã, de Marília, de todas as cidades onde era grande a colônia. Era gente de todos os rincões que vinha ao encontro marcado na serra.

Com o crescente número de visitantes, surgiu a ideia de promover um evento que ressaltasse a beleza e a importância da planta para a colônia japonesa no Brasil. A Chácara Cogumelândia, transformou-se num recanto do Japão pelos japoneses, nisseis, sanseis e mais de 5.000 integrantes da colônia japonesa, que se reuniam para reviver cantos e danças típicas.

No início dos anos 40, apresentavam belas floradas nos primeiros dias da primavera. Flor símbolo daquele país, a cerejeira logo se aclimatou e passou a apresentar belas florações.

As cerejeiras começaram a atrair japoneses de diversas regiões do Estado, saudosos do espetáculo das sakuras em flor que, anualmente, presenciavam em sua pátria. Esse fato despertou nas autoridades jordanenses a ideia de que seria necessário adotar medidas visando recepcionar condignamente essas pessoas, proporcionando-lhes todas as facilidades e entretenimentos durante sua estadia na estância. A forma foi criar um evento com programação de festividades, sessões musicais, danças típicas e instalação de feira do artesanato e artigos de lembrança.

Em 1967, o Palácio Boa Vista ganhou um jardim com 500 mudas de cerejeiras da variedade Some Yoshino, vindas da nação do sol nascente. A adaptação foi tanta, que na época da floração, japoneses e descendentes de diversas regiões passaram a vir a Campos do Jordão para presenciar o espetáculo das sakuras (cerejeiras), muito parecido com o que acontece em sua terra de origem.

Em 30 de setembro de 1968 a Câmara Municipal aprovou projeto de Lei do vereador Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo, que criava a Festa das Cerejeiras em Flor, e foi sancionado em 05 de outubro de 1968 pelo vice-prefeito Arakaki Masakazu, no exercício do cargo de Prefeito Municipal.

E, em setembro de 1969 acontecia a 1ª Festa das Cerejeiras em Flor e no Bosque Utiyama as danças folclóricas e o “bom odori” completavam o quadro deslumbrante das árvores de galhos coloridos. Para que se tornasse grande e forte com o correr dos tempos, resolveu-se que a festa cresceria com as flores. Houve apenas uma solenidade singela e evocativa. Algumas palavras oficiais foram proferidas pelo vice-prefeito Arakaki Masakazu e pelo diretor de Turismo. Depois, uma visão do Japão lendário com o bailado típico do grupo “Hanayanagi” de São Paulo e mocinhas nisseis, filhas dos conceituados membros da colônia japonesa local, passeando descuidadas por entre as flores e motivando os amantes das belas fotografias que apareciam às centenas.

E a Jaraguá filmes, do competente cineasta, engenheiro Rubens Rodrigues dos Santos, aproveitando a presença das lindas “gueishas”, filmou-as descuidadas pelos jardins do Hotel Toriba, na maravilhosa mansão do ministro Paulo Egídio Martins, futuro governador do estado de São Paulo, no cenário tedesco do Palácio Boa Vista e finalmente, no Jardim do Embaixador. Filmou toda essa beleza para o filme “Isto é S. Paulo”, que seria exibido durante a Feira Mundial, a Expo-70, de Osaka. Depois, a lembrança terna e evocativa do congraçamento nipo-brasileiro. Assim entenderam-se a prefeitura municipal, pelo seu diretor de Turismo e os membros da sociedade cultural Brasil-Japão, desta cidade, da qual faziam parte também o presidente do Lions Clube, sr. Nobuharo Myiaoka e o vice-prefeito, Arakaki Masakazu.

Por ser a primeira Festa das Cerejeiras em Flor, pode-se afirmar que ela foi um grande êxito. Na chácara do sr. Mário Utiyama, viveram-se horas de evocação e beleza no cenário maravilhoso das cerejeiras em flor. Graciosas jovens da Escola de Danças da professora Dena Ykedo, de S. Paulo, executaram aplaudidíssimos números de bailado típico japonês. Foi uma festa de cores, de ritmos e de sons que teve início às 9 horas, prolongando-se até ao meio-dia.

A festa continuava com a visitação às cerejeiras. Naquele dia, mais de 5.000 pessoas estiveram na Chácara Utiyama. O serviço de estatística da Diretoria de Turismo registrou 56 ônibus e mais de 600 veículos das mais diversas procedências.

Pequeno no início, o número de visitantes cresceu de ano para ano, e em meados dos anos 60, estimava-se em alguns milhares. As primeiras festas foram realizadas na chácara "Cogumelândia", em Vila Jaguaribe, então propriedade de Mário Akiharu Utyiama. Assim nasceu a Festa das Cerejeiras em Flor.

A partir de 1976, a festa passou a ser realizada no bosque São Francisco Xavier, num local conhecido como Parque das Cerejeiras, onde a maior quantidade de árvores proporcionava florada mais abundante, principalmente a variedade Yoko, plantadas por Hirofumi Haruna. Também a variedade "Takasago" se adaptou bem ao clima de Campos do Jordão e continuou apresentando belas floradas no início da primavera.

Hoje, é uma festa beneficente realizada pelo Recanto de Repouso para Idosos Sakura-Home. Toda renda arrecadada durante a festa contribui para a manutenção da instituição e no tratamento adequado dos internos.

A comunidade japonesa, através do Clube Cultural e Recreativo Cereja, é a principal responsável pela realização do evento, que atualmente atrai para a estância milhares de visitantes nos seus dias de festividades, que têm a oportunidade de vivenciar um pouco da cultura japonesa, assistindo as apresentações artísticas de música e dança, exibições de artes marciais, entre outras atrações. Comidas típicas japonesas e da culinária local são um dos atrativos da festa, assim como os bazaristas com seus diversos produtos, que vão desde artesanato, malharia e doces, até brinquedos, eletrônicos e curiosos “gadgets” japoneses. A festa atrai milhares de pessoas, e boa parte da colônia japonesa.

 Fontes:

ALVES, Helle. O Japão nas cerejeiras. 1968. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=221961_04&pesq=cerejeiras>. Acesso em: 07 maio 2018.

GARCIA, Romeu (Ed.). Cerejeiras florescem no inverno. 1973. Jornal "O Estado de Mato Grosso". Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=098086&pesq=Campos do Jordão>. Acesso em: 02 maio 2018.

JULIA, Douglas e. Festival da Flor Cerejeira. 2013. Disponível em: <http://melevadeleve.com/festival-da-flor-de-cerejeira-sakura/>. Acesso em: 02 maio 2018.

LINO, Maurício de Souza. Da Freguezia do Imbery aos Campos do Jordão. Campos do Jordão: Clube de Autores, 2017. 414 p.

MASAKAZU, Arakaki. Sakurabana: Presença japonesa na Mantiqueira. Campos do Jordão: Lis Gráfica e Editora Ltda., 1988. 198 p.

PAULO FILHO, Pedro. Cerejeira em Campos: A história da imigração japonesa em Campos do Jordão. Campos do Jordão: Ilelis Ed, 2008. 64 p.


Biblioteca Pública Municipal



Patrimônio Histórico/Cultural
Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin” 
20 de abril de 2018

A Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin” existe há 70 anos e é a principal biblioteca de Campos do Jordão. 

Possui em seu acervo aproximadamente 26.000 livros, áudio-livros, livros em Braille, revistas, CDs de música popular e erudita brasileira, internacional, cartazes de cinema, DVDs técnicos, documentários, filmes, TV, uma biblioteca Infantil, folhetos de cordel, computadores e revistas em ambiente Wi-Fi.

Fachada do Museu "Casa da Xilogravura"


Patrimônio Histórico/Cultural
Tombado em 28 de março de 2019

A fachada da casa onde está instalado o Museu Casa da Xilogravura de Campos do Jordão foi tombada e faz parte do patrimônio histórico e cultural da cidade.

O prédio dispõe de cerca de 30 salas que abrigam o acervo de mais de 1.200 artistas brasileiros e estrangeiros, constituindo-se em importante patrimônio museológico e artístico nacional.

Sua construção foi feita por Floriano Rodrigues Pinheiro e é datada de 1928. Este tombamento garante para a posteridade suas características originais.

Inaugurada em 1987, a Casa da Xilogravura é um museu particular instalado em prédio construído em 1928 que, anteriormente, abrigou o Mosteiro de São João, de freiras beneditinas e, hoje, é também a sede da Editora Mantiqueira (o lucro da editora é aplicado na manutenção do museu).

Por disposição testamentária do fundador, o imóvel e o acervo do museu serão legados à Universidade de São Paulo (USP), que tem prestado orientação técnica ao local.


Palácio Boa Vista



Patrimônio Histórico, Cultural e Arquitetônico

Monumento Público do Estado de São Paulo, a partir de abril de 1970

A pedra fundamental, em 1938. O projeto arquitetônico do polonês Georg Przyrembel apresentava características estilísticas neocoloniais, que foram modificadas no decurso da obra – desenvolvida em etapas que duraram anos –, assumindo um caráter de estilo eclético na fachada atual.

A construção foi concluída em 1964, quando foi inaugurada sob a denominação Palácio Boa Vista, com sua atmosfera bucólica e arquitetura inspirada nos castelos europeus.

Em 1969, com a intenção de criar um museu de mobiliário histórico e artístico brasileiro, Luís Arrobas Martins, secretário da Fazenda no governo de Abreu Sodré, coordenou a criação do Grupo Executivo de Aproveitamento do Palácio de Campos do Jordão – Geapac, constituído por especialistas que auxiliaram na escolha de móveis, pinturas, esculturas, tapetes e objetos de arte. Com a aquisição das coleções, além de residência oficial de inverno do governador, o edifício assumiu também sua vocação de palácio-museu aberto à visitação pública.

Em 1970, o prédio foi palco do primeiro Concerto de Inverno da cidade, o atual Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, que todos os anos atrai milhares de turistas e moradores do entorno.

Ao longo de seus 50 anos, o palácio é um ícone na vida cultural jordanense e paulista.

O Palácio Boa Vista reveste-se de uma atmosfera singular criada pelos objetos e personagens que por ali passaram. Mesmo permanecendo com as funções originais do cotidiano doméstico, as peças expostas ao público constroem poeticamente sua história, nos ambientes de uma casa-museu. Percorrendo os espaços, é possível imaginar as leituras na Biblioteca, as conversas próximas à lareira na Sala de Estar, os jantares na Sala de Banquetes, o som do piano no Salão Nobre, evocando os contextos pessoal, social e político das personalidades que se hospedaram na casa e que ainda a habitam. As coleções exprimem o espírito dessa vivência.

O Palácio Boa Vista abriga um acervo com cerca de duas mil peças, entre mobiliário dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, porcelanas, peças religiosas, prataria, pinturas e esculturas.

Entre as obras destacam-se trabalhos de modernistas como Tarsila do Amaral, Portinari, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Brecheret.


Museu Felícia Leirner

Patrimônio Cultural e Ambiental

Museu de Escultura desde 1978

O Museu Felícia Leirner, está instalado, desde 1978, tendo sido oficializado em 2001, pelo Decreto estadual nº 46.466. Reúne esculturas dessa artista que, nascida na Polônia, viveu entre 1904 e 1996 e esteve radicada no Brasil desde 1927.

Um conjunto de 85 obras de Felícia Leirner, de bronze, cimento branco e granito, está distribuído ao ar livre, sobre gramado e à beira de alamedas, no jardim do espaço que divide com o Auditório Claudio Santoro, sede do Festival Internacional de Inverno compreendendo uma área de mata com 35 mil m² de extensão.

As esculturas são figuras zoomórficas e humanas, além de gigantescas imagens brancas que nascem da grama para estabelecer uma comunhão perfeita com a natureza. No local é possível caminhar entre as alamedas sombreadas e floridas; um deles levam a apreciação da linda vista do Monumento Natural da Pedra do Baú. Em meio à paisagem, a arte de Felícia gradualmente assume a forma de poesia visual.

O Museu Felícia Leirner tem como missão preservar e divulgar seu acervo artístico e patrimônio ambiental, fomentar manifestações do patrimônio cultural, no âmbito das artes plásticas/escultura e música, e promover a conservação ambiental.


Centro de Memória da EFCJ

O Centro de Memória Ferroviária em Campos do Jordão retrata a rica trajetória da EFCJ por meio de diversas peças históricas e uma exposição permanente.

O destaque do acervo é a única automotriz a gasolina que operou na ferrovia em sua fase inicial, entre 1914 e 1926, quando foi concluída a implantação da eletrificação.

Localizado no Parque do Capivari, o Centro de Memória, inaugurado em dezembro de 2016, dispõe de rico acervo sobre os mais de cem anos da ferrovia.

Possibilita ao visitante conhecer um pouco da história da ferrovia por meio de itens como mobiliário de escritório, máquinas de escrever e calcular datados de 1920, telefones de parede da década de 1928, relógios de ponto de 1950 e antigas ferramentas de manutenção.

Há uma rara automotriz movida a gasolina, que transportava passageiros entre Pindamonhangaba e Campos do Jordão, quando a viagem nesse percurso durava 12 horas, em média. Construída na década de 1910, utilizou partes mecânicas do automóvel Berliet de origem francesa, e em 1922 recebeu o motor atual, da Mercedes.

Após a eletrificação da ferrovia, permaneceu em uso até meados da década de 1960, chegando a operar alguns horários no serviço de subúrbio em Campos do Jordão. Chama a atenção também no local uma maquete com o circuito ferroviário construída por funcionários na década de 1940 e uma vitrine com documentação dedicada a Emílio Ribas, médico sanitarista que idealizou a EFCJ ao lado de Victor Godinho com o intuito, na ocasião, de facilitar o transporte de vítimas de tuberculose aos sanatórios estabelecidos em Campos do Jordão.

Na parte externa do Centro de Memória o visitante pode ainda ver uma rara locomotiva elétrica de prefixo T-1 –que passou por restauração recentemente–, originária da frota do Tramway do Guarujá e que foi incorporada à EFCJ em 1956.

A exposição permanente desse acervo faz parte de um conjunto de ações da EFCJ que visa preservar e divulgar o patrimônio histórico da ferrovia, bem como reconhecer o esforço de todos que integraram a empresa em seus 103 anos de operação. 


Memorial da Saúde

Museu da Tuberculose - Exposição Fotográfica


O Memorial da Saúde é um espaço dedicado à memória da saúde do município, em especial ao Ciclo da Cura – período que ocorreu entre 1874 e 1940, quando a cidade era uma estância de cura e destino de milhares de doentes de tuberculose que se curavam com o ar puro de Campos do Jordão boa alimentação e repouso. 

O Memorial da Saúde conta com o acervo do antigo Museu da Tuberculose, além de imagens e equipamentos de valor histórico para o município e painéis de fotografias antigas de Campos do Jordão do acervo do historiador Edmundo Ferreira da Rocha.

O Memorial da Saúde está instalado na sala onde anteriormente funcionava a escola de Enfermagem Baby Gonçalves, dentro do Complexo Municipal de Saúde de Campos do Jordão.

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